Para o nagual mexicano Don Miguel Ruiz (2005), somos “domesticados através do medo”, nos tornamos escravos das expectativas alheias e de nossas próprias exigências. Medo não simplesmente de ser punido ou morto, mas principalmente de ser rejeitado, de não ser amado. A sociedade destrói nossa autoconfiança e nos ensina a confiar nas instituições e no sistema de crenças. Uma vez que se não confia em si, não confia mais em ninguém e se passa a crer em idéias abstratas, encaixando-se nas configurações sociais. A própria sociedade nada mais é que uma crença que depende de outras e toda sua estrutura é auto-hipnótica. Com a socialização, se perde a confiança, se adota crenças e se elaboram máscaras para esconder nossa intimidade dos outros.
E mais: para Ruiz, o sistema de crenças é uma estrutura parasita de energia. Para ele, vivemos em um sonho coletivo fabricado que nos aliena de nossos sonhos pessoais e nos mantêm cativos na realidade. Somos prisioneiros uma ‘Matrix’ formado por nossas crenças e valores. Nos meios esotéricos chama-se de Personalidade a este ‘eu falso’, construído a partir do medo e das exigências da socialização, e de Individualidade ao ‘eu verdadeiro’. O ponto de partida para Transformação é a oposição entre aparência e essência. Prefiro pensar na Personalidade como os 40% da identidade pessoal que pode ser modificada (as sinapses móveis entre os neurônios) e na Individualidade como o que não se pode mudar (os circuitos cerebrais fixos, que se formam ao longo da vida).
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